Se a ideia do desbravador João Batista da Silva era atrair pessoas para ajudá-lo no cultivo de terras entre os rios Andorinhas e Lontra, no distante 1876, uma coisa temos que admitir: ele não era muito bom de marketing. O pequeno assentamento que ergueu com sua família foi chamado de Livre-nos Deus.

Pessimismo à parte, Deus realmente os livrou: das doenças, dos ataques das feras e da compreensível irritação dos carajás, os habitantes da região. Outras famílias vieram, plantaram-se lavouras, e o lugarejo ganhou um nome menos desanimador: Povoado Lontra.

Sobreviver numa área tão remota, porém, nunca foi fácil, e o pequeno arraial viveu em estagnação por décadas. Só em 1950, na verdade, as obras da BR-153 abriram possibilidades de comércio e integração. Poucos anos depois, o já município de Araguaína vivia a fase de expansão que o levou a tornar-se a cidade mais desenvolvida do então norte goiano. 

Centro agropecuário de relevo e polo de educação universitária, a capital econômica do Tocantins continua a crescer. E a surpreender. É essa cidade vibrante que você encontrará ao ler os textos criados por crianças de dez escolas da rede municipal. Com olhar crítico e, ao mesmo tempo, gentil, elas nos levarão em um passeio por dez patrimônios que fazem os araguainenses terem orgulho de suas conquistas.