Se a gente fosse escolher um só lugar para contar a história do estado de São Paulo, esse lugar bem poderia ser Piracicaba. É como botar uma lupa em cima do mapa e, a partir dali, contar uma história que é a de muitas cidades paulistas.
Uma história que fala de como bandeirantes resolveram descer o rio Tietê para ver o que tinha do lado de lá e acabaram fundando dezenas de vilas pelo caminho, que depois se tornaram grandes centros de produção de açúcar, milho e café. Uma história que também fala de como as pessoas que ali viviam criaram uma cultura única, a caipira, mistura de indígena com português, com um jeito todo próprio de falar. Pessoas essas às quais depois se juntaram imigrantes vindos de terras muito distantes, trazendo sua tradição, sua língua e sua culinária.
Piracicaba é uma janela viva para essa história. Não tem como passear por suas ruas e não ouvir as pessoas falando o chamado dialeto caipiracicabano, que já quase se perdeu em outros lugares do estado. Até o maior time da cidade tem um hino cantado em caipiracicabano! Para ouvir dialetos estrangeiros dos antigos imigrantes, como o trentino, basta ir aos bairros de Santa Olímpia e Santana.
Também aqui ficaram marcas importantes do que foram os tempos de ouro do açúcar, que fizeram do estado de São Paulo o maior produtor do mundo até hoje. O Engenho Central e a Usina Monte Alegre são dois lugares fundamentais para mergulhar nessa história. E o que dizer do milho, um dos grãos mais importantes da história do estado? Aqui em Piracicaba existem duas festas (duas!) dedicadas a ele.
Piracicaba é isso tudo e muito mais. Uma cidade cheia de história, e é um pouco dela que a gente vai contar aqui neste livro — um lindo trabalho coletivo que envolveu o empenho de dezenas de crianças das escolas da rede pública de Piracicaba, com a orientação dos professores e das professoras. Vem com nóis que vai ser bão demais!