“Eu vou pro Crato
Já não fico mais aqui Cratinho de açúcar Coração do Cariri”

Luiz Gonzaga, nascido no sopé da Chapada do Araripe, na cidade de Exu, em Pernambuco, cantou o Crato docemente. “Cratinho de açúcar, tijolo de buriti”, lugar onde se é bom viver, onde se tem saudades e música e silêncio são fontes de inspiração.

O apelido carinhoso vem da produção de açúcar e produtos derivados, como nossa tradicional rapadura, no século XVIII. Mas também do jeito afetivo e hospitaleiro de uma cidade marcada por uma história tão adocicada por expressões da cultura popular e riquezas naturais.

Nossa cidade teve alguns nomes como Missão do Miranda, Missão dos Cariris Novos, Aldeia do Brejo Grande, Vila Real do Crato e, em 1842, ganhou em definitivo o nome Crato.

Em seus arredores, nessa terra banhada por muitos rios, habitavam na sua origem diversas etnias indígenas, como os guariús, os xocós e os kariris. E você sabia que na língua tupi a palavra “kariri” significa “silencioso”?

Toda música precisa de silêncio para nascer e também para ser ouvida em todas suas nuances. As histórias que contaremos aqui sobre alguns patrimônios históricos, culturais e ambientais dessa nossa terra querida foram ouvidas com toda atenção e carinho por alunos e professores de quatro escolas da rede municipal de ensino da cidade. Como se observássemos o voo do soldadinho do Araripe, passarinho que na sua singeleza indica o caminho das águas. Para ouvir a beleza da vida e fazer música, o silêncio é o início de uma encantadora caminhada, refletida na poesia do cordel, na sonoridade das zabumbas do reisado, na flauta soprada das brincadeiras de gente velha e moça, nas águas movimentadas dos rios, nas múltiplas cores das vegetações e nos sabores das comidas, que se tornam ainda mais únicos porque guardam a saudade dos que foram e desejam também retornar como na canção de Luiz Gonzaga.

Essa é nossa cidade, terra doce, doce cantinho do Crato.

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